SOLIDÃO DO MUNDO...

Estou aqui mais uma vez na solidão do mundo!

A fria solidão e escura, um megálito imenso,

Mas tão silencioso... Como inofensivo infenso

Permiti-me a miscigenação ao céu profundo...

Do ser gregário, eu abandono a condição humana

E torno-me um rosário infinito e solitário

Que em cada conta lembra um momento solidário

Unindo ontem e hoje num amanhã de porcelana...

Eu cuido para que todo silêncio em mim se cale

E o som do extra plano possa se fazer presente

Levando-me ao êxtase da paz inteligente

Em que a sutileza de uma voz, então, me fale...

E fale-me de quem não tem nenhum vintém na vida

A Espera da virtude, quem lhe dê alguma sorte

Ainda que lhe chegue aos olhos no portal da morte

Depois de um sorriso lhe acenar em despedida...

Também me fale coisas dessas quando o céu dormido

Desperta de repente com a suave luz da aurora

Trazendo a esperança das montanhas à corola

Nas flores que exalam coloridas ao zunido...

Zunido dos zumbidos desses polinizadores

Que acercam-se das cores pra levar mais cores, sim

Sem fim por sobre as dores deste mundo, um jardim

Com seus espinhos rosas, rosas num buquê de amores...

Que pare... E só se cale ao meu silêncio agradecido

Por quanto meu gemido suprimi quando não vias

Nas linhas de uns versos, pra alcançar as poesias...

Que pressentia longe, junto a paz do infinito...

Autor: André Luiz Pinheiro

28/09/2017