CONFUSO
CONFUSO
Novos velhos tempos
O impoluto veste luto
O moderno é modernoso
O laico é mosaico arcaico
O crente não é docente
O doente é dependente
O homo erectus não é hetero
Tudo verdadeiramente fake
Bolo sem cake
Procura-se identidade perdida
Ou sequer havida
Tudo inalcançável
Afiançável e chancelado
Pela tortura narcisista
Do estou aqui
Preciso ser alguém
Nem sei o que
Mas preciso
Sob pena de morte
Ou pena de sorte
Suicida-se o humano
Cerra-se o pano
Da mortalha de insanos
Confusos seja qual for o fuso
Espalhados por todos os cantos
Causando espantos
Aos de ontem
Que pensam em amanhãs
Que tornar-se-ão hojes
Mutatis mutandis
Segue ávida a vida