CONFUSO

CONFUSO

Novos velhos tempos

O impoluto veste luto

O moderno é modernoso

O laico é mosaico arcaico

O crente não é docente

O doente é dependente

O homo erectus não é hetero

Tudo verdadeiramente fake

Bolo sem cake

Procura-se identidade perdida

Ou sequer havida

Tudo inalcançável

Afiançável e chancelado

Pela tortura narcisista

Do estou aqui

Preciso ser alguém

Nem sei o que

Mas preciso

Sob pena de morte

Ou pena de sorte

Suicida-se o humano

Cerra-se o pano

Da mortalha de insanos

Confusos seja qual for o fuso

Espalhados por todos os cantos

Causando espantos

Aos de ontem

Que pensam em amanhãs

Que tornar-se-ão hojes

Mutatis mutandis

Segue ávida a vida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/10/2017
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