POEMINHAS PARA LER SEM PRETENSÕES.

Quando nasci

me abastaram de ruídos

mas eu era só silencio.

Nas noites sapos

saem do lodo

para enlodar a

solidão.

a noite só é ,

porque sapos

existem.

O chão tem plenitude,

é lá que formigas

fazem avenidas,

e é de lá que vogais

e consoantes

gozam de poemas.

Quando riachinhos

desfilam,

o mundo o reverencia,

sei, não vai entender,

aqui é abismo,

lá é sempre o

nascer.

Araras na fruteira

adoçam as tardes,

eu como as tardes

enquanto aras

adejam minha

imaginação.

Abutres consomem

o que humanos não

quer,

eles limpam,

humanos sujam.

Caramujos no

sertão de Minas

põem o mar entre

montanhas.

Nas estradas

passam idiotas e sábios,

os sábios vingam,

os idiotas são ventos

invisíveis.

Apalpo o mundo

tenho sua intimidade

na ponta dos dedos,

o que existe já

tem formas e sabores,

me batizo sem gosto,

por isso tenho apreço

pelo inexistente.

Gargalho de riacho

me enfuna,

por ele as águas

se espremem ,

isso me anoitece,

as águas são como

as rosas,

objeto de adorar.

Quando eu era

pequeno escutava

as cores do arco-ires,

só descobri mais

tarde que o que

ouvia era ilusão.

Quando pássaros

gorjeiam nas manhas

eles cantam é poesias

para o dia acordar.

Quando abri

a primeira palavra,

meu pai me disse,

vai sangrar,

interrompi o corte,

anotei sua poesia.

Há no azul

exuberante beleza,

céu, mar, é o minimo,

coisas geniais se

imaginam,

aqui ponho o que

não vês no azul,

declaro o azul

a cor do mundo.

Coisa que não farei

é menosprezar a oralidade

dos ventos,

ele agita as bibocas,

traz a nos o cheiro

do poente, seus vários

sons preenchem os

vazios.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 30/09/2017
Código do texto: T6129205
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