ESPÓLIO

O grito

do nosso espólio

adormece

silencia o eco,

submisso,

pervertido,

errante,

moribundo.

A extrema-unção

rabisca teoremas,

catando simetrias

com as paralelas curvas

das balas perdidas.

Os corpos

caídos nas esquinas

esfregam cemitérios cotidianos

na nossa cara.

Hipnotizados,

continuamos cantando

cantigas de ninar

para os ecos

não despertarem.