PASSAGENS

Eram armadilhas e precipícios

Estreitas saídas e abismos

Labirintos de espinhos e cismos

Templo das decepções e artifícios

Enveredei pela noite sombria

Me perdi pelo ermo caminho

Universo sem som e vazio

No abstrato viver que surgia

Era uma trilha vazia e sonolenta

Entrelinhas do tempo e recato

Subjetivas vias de fato

Longas sombras frias e cinzentas

Foram tantos dias angustiantes

Sobre as pedras de fogo e de dor

Sangrando na desilusão e temor

Limites inevitáveis e desafiantes

Até descer do alto a névoa de bálsamo

Regalo adocicado de luz

Uma nova flor que reluz

E sara a solidão e o desengano.