Bafio

E era poesia aquilo tudo

E eu não sabia ler direito

Pulava de precipício em precipício

E era a loucura que reinava

Entre o comprimido e a prece

E era poesia forte, amorenada

Cheiro de canela, cheiro de mundo

E eu não sabia ver nitidamente

Meu coração demente assobiava

Saltava de peito a peito

E não havia medo em seus olhos

E vermelho amanheceu o dia

Outra vida, outra manhã, outros nãos

E eu não sabia decifrar a beleza

E era poesia aquilo tudo

E eu não sabia reconhecer

A vastidão do mar

No imenso dos teus olhos

Onde a poesia tinha um fartum

De silêncio e nevoa

Milton Oliveira

27set/2017

milton antonios
Enviado por milton antonios em 27/09/2017
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