MEUS SENTIDOS.
Sou mais
que excesso
de sentimentos,
anoiteço e amanheço
no subsolo das
palavras, e ainda
me sinto um ouvido
no vazio do nada,
ou uma peça no todo
das construções,
não possuo ainda
o terno olhar de
um velho,
mas ainda terei.
o que agora me
sacia é o pouso
rico de uma águia
no couro retinto
de um boi.
O rio que escorre
no meu pensamento,
não da mais para
me lavar,
recebi noticias que
ele anda impraticável,
mas ei de ama-lo
porque ele jorra em mim,
e está sempre acordando
meu coração,
cambaleio no olhar,
meus olhos bebem
o laranja do sol,
e meus sentidos adormecem
com a águia retirando-se
do seu banquete.