Noite na cidade

Na cidade, a noite, muito obscura

raia, não cai, tanto para quem se arrisca

nas aventuras do mundo noturno,

como para quem aprecia o céu rotundo

Mesclado nas altas formas quadradas,

os retângulos com retângulos de luminosos,

as pessoas vivendo as urbanas vidas

mais vivas que os esportistas mais vigorosos,

Ou os trilheiros nas matas, a se arriscar;

essa gente se encontra com a Luz;

A trilha urbana, opção de se invejar,

é mais bonita que uma árvore de alcassus

E até mesmo que as paisagens mais amplas,

estendidas sobre o plano terrestre, no horizonte,

tudo aqui é próximo e ao nosso ouvido canta

um som mais real que a água na fonte:

As luzes, seus feixes, por função e beleza,

em cada canto, que movem a pupila

em cada retângulo, os neons em realeza

na estação e no reflexo da retina

Elas guiam, mas compõe esse esquadro

vê-se os outdoors, e os faróis como fantasmas

o avião no céu acima segue calado

mas as festanças pipocam sem calma

Alguns dormem, suas consciências viajam

como no trânsito, se esbarram, lotada

a rua mais vazia que chamam

de perdição eterna da alma

A seiva deste lugar, a brisa tão estagnada;

Vários prédios interrompem a paisagem

tornando o cru da selva imaculada

a obra monumental de uma miragem

João Pedro Garcia Castro
Enviado por João Pedro Garcia Castro em 25/09/2017
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