FARDO
Vida é, por vezes, fardo pesado
Que cabe a nós carregar
Aliás, se olharmos pro lado
Sempre haverá alguém
Bem mais desventurado
Ou construímos músculos possantes
Ou nos deixamos derrotar
Eu tive que me capacitar
Para suportar o inevitável
Não que eu tenha super poderes
Mas a vida me fez maleável
Curvo-me como vara de bambu
Nas ventanias e tufões
Depois, sacudo a poeira e me ergo
Para encarar a avalanche de emoções
Choro, ruminando minhas dores
Mas vou em busca de novos amores
Novas alegrias, novas fantasias
Que possam mitigar minhas carências
Que agreguem à minha história experiências
E assim, carrego meu fardo com alegria
Depois do luto natural, pós vendaval,
Porque decidi enfrentar o bem e o mal
Vivendo e não morrendo a cada dia