Cidade sem cor

Cidade sem cor

Andando por ruas sem explicação

Cada passo dado fico mais abismado

As luzes dos postes falham

Piscam como uma árvore de natal

A neblina densa cai sobre as vielas

Anuviado, não enxergo há um palmo à frente

Sigo por instinto natural

Vago por cantos negrumes

Lugares onde a cintilância do dia fica fosco

Olho a minha volta e paredes coloridas

Se descascam em cinza

Parece que a imersão da escuridão tomou posse de tudo

As árvores carcomidas

Soltam folhas secas

Elas não mais sorriem

E fica nítido toda a tristeza derramada

O vento débil que assopra, tem um cheiro de desânimo

O presente momento é degradante

As pessoas que agora passam

São sub-humanos

Carregam olhares sem vida

Com fardos flamejantes em suas costas

Alguns rastejam com gemidos que se assemelham a gritos

Parado, fico constrangido com tamanha insipidez

Pusilanimidade ancorada naquele local

Um desconforto toma conta

E de ruim, fica péssimo

Aquela onda desgraçada de falta de ânimo

Vai contagiando

Vejo minha pele se destacando

Minha expressão se derriba ao chão

Nas costas me aparecem corcundas, com pesos morais

Sou contaminado no chiqueiro de pessoas sem luzes

Vagueio sem rumo

E o conformismo exala em minha infeliz face

Minha mente se torna acromática

E não sei mais qual é o sentido pra tudo isso...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 24/09/2017
Código do texto: T6123630
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