CANTOS DE DAMNED (19)
Falta veneno à poção –
Última esperança da Beleza!
Os grimórios são imprecisos,
Prevista a margem de imaginação.
Amputemos insetos asquerosos,
Colhamos vegetais em solo impuro
E ajustemos as medidas, proporções de doses
E a fúria dessa chama –
O caldeirão borbulha!
– jamais cedendo ao fácil pelo fácil.
Falta veneno à poção –
A morte poucas vezes é bem vinda, mãe do Belo,
E aos deuses tema oculto ainda é o destino,
No entanto o meu licor é de tal forma pleno
Que a esfera mais externa tem por vil,
Por desprezível toda humana compleição –
Mas não agora, e não ainda
Pois falta, é fato, algum veneno a essa poção.