CANTOS DE DAMNED (18)
Lambe feridas recentes,
Ressente-se de cicatrizes
Que a língua reconhece
Desaprovando provas.
Amarga cínicos silêncios
Por resposta previsível
Ao discurso em farrapos –
Engolirá mais sapos?
Cala as larvas e palavras
Da ceia derradeira,
Tato ao palato, ao céu
Da boca, seu desgosto.
Morde a memória de fome
A desafiar entradas,
Deixa os modos pra depois
Nessa mesa para dois.
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