Terra do nunca
Venho de um lugar distante
De um lugar onde ninguém
Nunca foi
Fica além daqueles montes
Onde as nuvens fazem rasantes
E o sol se deita pra dormir.
Minha casa é de espuma
De uma espuma branca
Tão branca
Como ninguém nunca viu.
As janelas pequeninas
Têm flores de manacá
Que exalam um cheiro bom
Vindo de dentro pra cá.
Na porta da minha casa
Meu dragão dorme tranqüilo
Sem nada ouvir ao redor
Pois é surdo de velhice
E sofre de uma rinite
Que o impede incendiar.
Ah! minha rede de balanço
Eu prendi num arco- íris
Pois duvide, se quiser
Mas cada dia que passa
Uma cor vem me embalar.
E eu, feito criança
Rabisco a tarde inteirinha
Até transformar o céu
Que antes todo azul
Vira noite, vira breu.