NUANCES
Traduz por paz de páginas
Torturadas de azul
O acúmulo de notas em blocos
Em gavetas sob selo e desvelo.
Mantém sempre a salvo de opiniões
E arranhões de escorpiões
Os testemunhos de trevas
E as criptografias do silêncio.
Encerra a chave dessas ninharias
Fora do alcance de curiosa mão
Toda prosa e arremedo,
Imprevista, estrangeira em nuances.
Passa em revista um reino
De traças e trapaças
Em recusas mais loquazes
Que a bravata do pateta
Que leu segredo em degredo
E decreto em concreto, credo...
As uvas verdes embotando
Os dentes da raposa de Esopo.
Subterrâneo, a essa altura,
É seu discurso que se esgota
À margem, sem rubores nem vergonha
Do que já foi (já tanto fez) alarde –
Perfaz o itinerário das sarjetas ,
Órfão de sacadas fracassadas,
Coetâneo de abortos felizes,
Inventário de deslizes comoventes.
.
Traduz por paz de páginas
Torturadas de azul
O acúmulo de notas em blocos
Em gavetas sob selo e desvelo.
Mantém sempre a salvo de opiniões
E arranhões de escorpiões
Os testemunhos de trevas
E as criptografias do silêncio.
Encerra a chave dessas ninharias
Fora do alcance de curiosa mão
Toda prosa e arremedo,
Imprevista, estrangeira em nuances.
Passa em revista um reino
De traças e trapaças
Em recusas mais loquazes
Que a bravata do pateta
Que leu segredo em degredo
E decreto em concreto, credo...
As uvas verdes embotando
Os dentes da raposa de Esopo.
Subterrâneo, a essa altura,
É seu discurso que se esgota
À margem, sem rubores nem vergonha
Do que já foi (já tanto fez) alarde –
Perfaz o itinerário das sarjetas ,
Órfão de sacadas fracassadas,
Coetâneo de abortos felizes,
Inventário de deslizes comoventes.
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