Poema do Eremita
Tenho andado farto,
extenuado da humanidade;
por vezes eu penso que não
há salvação para ela.
Todo o mal que dela provém
me causa grande aversão,
cogito deixar longe dela
a minha mente e o meu coração.
Vagarei em busca
de ambientes inóspitos,
quase que intocáveis;
o mais distante possível
de qualquer traço de humanidade.
Se preciso for, morarei entre
feras selvagens, em troca,
contemplarei as mais
belas paisagens.
Me livrarei de toda a futilidade
inerente da humanidade,
andarei em busca da verdade,
alcançarei as mais plena liberdade.
Estarei a salvo do rancor, do ódio,
do falso moralismo.
A salvo das guerras, da ignorância,
da maldade;
descansarei em paz, para sempre,
no ostracismo.