Insanidade de ler

Insanidade de ler

Abro aquele livro, e ele respinga toda a inspiração

Uma utopia fascinante se esfumaça pelo ar

Partícula do meu imaginário paira sobre mim

Uma neblina de dúvida e certeza vai se construindo

Cesso e Viro uma página

E todo cenário se transmuta

A folha branca vira preta

O Cálido vira gélido

Agora a tristeza abraça a felicidade

Ambas riem e choram

Uma incessante loucura voa de lado a lado nesse quarto

Poemas nascem nas paredes, no chão, no teto, no armário...

Versos gritam por um instante

Sou obrigado a virar mais uma página

Me surpreendo, a folha se desfaz

Como um pó ela sai pela janela

Todo ambiente se transforma numa camisa de força

Estou num manicômio, junto a estantes com centenas, milhares de livros

Eles falam, me apontam e julgam como um fétido juiz

Me estremeço e enlaço meus joelhos

Me jogando ao chão

Numa insanidade particular

Totalmente bizarra...

Estico as mãos e pego mais um livro na cabeceira...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 18/09/2017
Código do texto: T6118030
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