Cena um

Como um grande circo

de trapézio e arena

montamos nossa cena

de mãos dadas

ríamos do nada

como se o palhaço

não parasse de falar

acrobatas, piruetas

a gente a namorar

e o coração a acelerar

como se sem a rede

nada a nos burlar

ouvíamos ciranda

nos víamos atentos

mas à volta desatentos

aquele pedaço do mundo

era o nosso lugar

tinha ursos

um de verdade

outro de pelúcia

tinha carinhos e afagos

um do outro

com astúcia

querendo outro beijo roubar

o carrossel repetia

sua trilha circular

não mudava o caminho

nunca afastava um par

mas tudo acaba

sem graça

sem rodeios,

sem aviso

sem roteiro

um entremez

como se amar

não fosse preciso

eu quero brincar...

outra vez

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 16/09/2017
Reeditado em 16/09/2017
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