Cena um
Como um grande circo
de trapézio e arena
montamos nossa cena
de mãos dadas
ríamos do nada
como se o palhaço
não parasse de falar
acrobatas, piruetas
a gente a namorar
e o coração a acelerar
como se sem a rede
nada a nos burlar
ouvíamos ciranda
nos víamos atentos
mas à volta desatentos
aquele pedaço do mundo
era o nosso lugar
tinha ursos
um de verdade
outro de pelúcia
tinha carinhos e afagos
um do outro
com astúcia
querendo outro beijo roubar
o carrossel repetia
sua trilha circular
não mudava o caminho
nunca afastava um par
mas tudo acaba
sem graça
sem rodeios,
sem aviso
sem roteiro
um entremez
como se amar
não fosse preciso
eu quero brincar...
outra vez