RESGUARDANDO A ALMA
Quando
Quiser empenhar sua alma
Não venda a dignidade
Aos assaltantes de sutilezas
Antes guarde o caráter
Das difíceis jornadas
Quando
Da sua inocência
Quiser que prometa a alma
Não profane a castidade
Nem desabroche a sensualidade
Reprima sua inquietação
Quando
Lhe negarem a honestidade
Não recolha sua alma
Nem deite com os devassos
A eles agradam seus desejos
De gemidos e sussurros
Quando
Lhe rirem os decrépitos
Não desabe em ruína
Imunda sua alma de leveza
Gargalhando com alegria
Mergulhando na delicadeza
Quando
Os fantasmas invadirem a imaginação
Não tenha compaixão, são livres
Alados passageiros da inquietação
Abrevia o seu tempo resguardando a alma
Deixando cumpri a última jornada
Quando
Já não houver mais tragédia
Não aceite apenas uma trégua
Inquiete a rendição do opressor
De aceitar a condição
De manter o caráter da alma
Castro Rosas