FILHO DA MUDEZ

As palavras me calam

E no meu silêncio digo

O que é preciso sem ser.

Quando falo nada é necessário,

Minha boca é peça decorativa,

O que falo é ar sem consistência.

Vivo naquilo que está escrito,

O escrito é terra, matéria,

Solo que habito em raízes

Sou um filho da mudez.