Sinônimos, Antônimos e Antônios
Aposento minhas canetas sobre a escrivaninha,
É bem difícil escrever audácia sem se ser audaz,
Entorpecida, a letra no papel não mais carinha,
O final quente de inverno que a primavera traz.
Mesmo na leveza do dia bom faz pesar a alma,
Faz rouco o canto dos últimos pássaros felizes,
O silêncio do entorno que acolhe minha calma,
Faz louco o pensar do poeta, o infarto de crises.
Apresento minhas canetas aos meus neurônios,
É digno o ofício de se falar do nada e sem senso,
Esquecer dos sinônimos, antônimos e Antônios,
Das casas decimais, caças bestiais ao que penso.