Agosto
Agosto sorriu para mim,
soprava um vento de moinho,
sem cabeça de dinossauro, era trégua de julho,
os agouros se foram
como baforadas dos cachimbos dos índios,
o mico não era meu,
pagam os que enchem os olhos de cobiças,
meus versos cantam com sentimentos
que vertem da mente,
veste uma ossada frágil,
com força de uma leoa, e,
vamos sofrendo, esperançosos
com os tempos de fartura,
irmãos
perdão o mundo está
parado no lamaçal
com bichos repugnantes,
entre senhas, uns cantam,
outros insanos, outros pedintes,
outros esfolham, outros escarneiam,
muitos fogem,
muito cuidado, as escolhas são de inteira
responsabilidade da vontade própria,
viver no arrependimento é uma prisão,
o céu é tão vasto que nunca tem fim.
O amor compensa.
Varenka de Fátima Araújo