Pedra de crack

Pedra de crack

Pedra da mortandade

Que invade a miserável vida

Se alinham entre laços

Para construir o desconstruir

Alicerce da mazela putrefacta social

Pedra sem valor, sem pudor

Largados nas sarjetas das ruas viciadas

Enjaulados, agachados, olhando para o nada

Paranóia urbana, paranóia humana

Com alma débil

Túrbidos de si mesmo...

Sem preço, droga maldita

Te consome com juros

Te impondo drama e débito

Fazendo de ti um animal irracional

Te derriba ao chão

Faz de ti um ladrão de insanidade

Esse vício é a aflição

Adictos da infeliz escravidão

Dissabor à vida

Desditoso por ser recuperar

Enrolados em panos sujos

Corações descompassados e dilacerados

Se entregam ao náufrago

Da impossibilidade de se levantar

Enquanto a fração contínua impõe suas regras...

E o obituário é assinado pelo diabo.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 13/09/2017
Reeditado em 14/11/2017
Código do texto: T6112930
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