À ESPERA

Bem poucas são as lembranças
e, também, a esperança,
que passa por mim não me vê.
E me pergunto por quê?
Se estou à sua espera,
como fosse a Primavera,
que há de vir a florir,
abrir-me os braços e sorrir.
Porém não entendo nada,
minha cara espantada
exibe a dor da ferida,
que me aprontou a vida,
presente que ninguém merece.
Assim rezo minhas preces,
e espero paciente,
pois que ainda sou crente.
Aguardo, então, o perdão,
sem sofisma, sem senão.

Anjo meu, me dá a mão.