É POUCO
Ter uma causa não fez dele um vate,
Um bardo, um menestrel
Ou trovador sequer, ter causa é pouco
Se é de poesia que se trata.
Ter uma causa não faz dele a Voz
Que a paz inspire em tempos tão confusos.
Ter uma causa era capricho
Que envelheceu, virou cachaça e encharca
O espírito arejado e mais desprevenido
Que as culpas infantis.
Ter uma causa pode até ser chique, até convence
Em certos meios, noutros só non-sense.
Ter causa é pouco
Se é de poesia que se trata.
Ter uma causa não fez dele artista
Exceto na percepção de quem supõe ser arte a causa,
Exceto na visão dos companheiros,
Exceto a familiares que o amam tanto...
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