GAYnifesto
Estou procurando
Estou procurando
E tentando não ceder
ao sistema intolerante
que quer me conter.
Minha maquiagem, tu estranha.
Meu salto, te amedronta,
Por isso tu me xinga achando que tudo que eu faço é uma afronta.
Mas tu deverias ver que isso está em mim
Não em você.
Estou procurando
E não sei se vou entender
Porquê eu sangro
Pelo meu direito de viver.
Meu andar te incomoda
Meu falar te enoja
Minha voz estridente é demais pro teu ouvido de bosta.
Estou procurando
Será que vou entender?
Em nós quebram lampadas,
atiram pedras
e nos espancam.
Mas não há nada que possam fazer,
O sangue estanca
Se manca, nós voltamos a brilhar.
Estou procurando
Já estou perto de entender.
Por vezes, apagam nosso brilho
Quando a mana afeminada é encontrada morta nos trilhos,
Mas a luta não para.
E pra cada Dandara ergue-se uma Indianara, uma Maria Clara, uma Linn da Quebrada.
Estou procurando
Cheguei agora a enteder
Teu preconceito explicito
É o desejo de ter a liberdade do meu ser.
E também de me comer.