Em paz
 
O silêncio invade o meu dia
Deixando vazia a santidade das horas
Que segue uma viela obscura e nula
Até mesmo a brisa sopra no abismo
 
Alguns dias claros e outros quase não
Na hora da distância a folha volta pro galho
Que abastece o entardecer
Num horizonte manchado em páginas
 
De dentro só se ouve o passo cansado
No deserto pleno da canção ao vento
Que rasura uma palavra em lágrima sentida
Parece ser uma pedra atirada ao tempo 
 
Eis que suas palavras de repente me fecundam
Ouço as estrelas em pleno céu aberto
A linha costurava o rasgo da vida
Como se amar morte fosse
 
Existe algo inseguro no seu desejo
Que acalma o meu peito e prossegue sem rumo
Por um tempo escasso e sem espaço
Lá fica o desejo da lembrança traduzida
 
Que envolve o tempo e a eternidade
Desfazendo na essência os desencantos caídos
Numa aparência vaga que escorre na luz
Para untar o meu silêncio de paz





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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 09/09/2017
Reeditado em 12/12/2017
Código do texto: T6109187
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