Do Estéril
Pra desistir, coragem; porque o fazer mal feito
faz de si meu direito (é quando os erros agem)
de não ir na viagem, que leva de todo jeito,
virtude e defeito; juntos na mesma bagagem.
No indiferente trem, a boca do viajante
emudece, falante, num conversar com ninguém;
promete o que convém ao seu mutismo mutante
que muda, no instante, o que de eterno tem.
Diz do dizer sem ato (ecoando, insistente,
nas frustrações da mente) : sim, o agir é ingrato
pois não dá luz ao fato...um breu do não pro agente...
palavras de sedução que todo surdo seduz...
um não-fazer que faz jus às coisas que nunca são.
Por isso, desista, chão!...sou erva que não produz.
Torre Três
07-09-2017