DUAS ALMAS BOAS

E a luz se fez... não de imediato, mas com ponderação e comedimento, na raça mas sem vulgaridade

E nela ele viu a si mesmo, num conluio de medidas imensas, numa comunhão cósmica, numa graça instantânea

Mas veio a queda e nela ele se perdeu, como quem pega a bola um pouco atrasado...

Veio a chuva e nela ele se viu só... como quem aguarda um chamado e se vê sem norte por alguns minutos que parecem dias

Petrificado e dissuadido ele ficou de novo...

Aí vieram duas almas boas, aquelas que aparecem na hora e na medida, e o levaram

E Deus, sem pressa nem orgulho, concluiu sua proeza.

E ele foi dormir nas mãos de quem o fez. Novamente.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 09/09/2017
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