POESIA MISERICORDIOSA - Poesia Nº 42 do meu 5º livro "Resgate"
Cavalgando no unicórnio alado, de um branco de paz,
Trago para a tormenta que te veste com a infelicidade,
Um sabre do mais afiado corte!
Transformo-a em guerreira donde tua mente se refaz,
Alucinando o coração valente, desgarrado de saudade,
Antes que penetres na morte!
Das águas das fontes, do meu cantil, dou-te uns goles.
Nos feitiços das noites do tempo, tombas e adormeces,
Qual a princesa mais bela!
No cantar dos uivos de ventos, iguais a sopros de foles,
Sombras se abrindo te engolem, mas depois reapareces
Em outra vida que se revela!
Do sabre que agora seguras na discórdia e na fantasia,
Espalhas a dor, a verdade, colhes mentiras pungentes;
Lá triunfas com o peito ardido!
Do amor que derramas onipresente és tu, deusa magia;
Queimando e matando as promessas de almas errantes,
Vês a terra de orgulho ferido!
E tão sábia, deixa-nos em pergaminhos suas palavras
Costuradas, com três indagações em seus três altares!
Na primeira: a da falha justiça
Que te consome em raivas, te cospe dúvidas e travas.
Na segunda: é a tristeza invadindo os humildes lares.
A última: A loucura que te atiça!
Mata-me ó poesia, depois de dizer-me os teus segredos!
O que é uma vida, que se vale na razão da lírica solidão,
Sem ter o arco-íris na morada?
Ressuscita-me ó poesia! Retira-me essa pele e os medos,
Brota-me em flores aromais o que foi alma em podridão,
Explode-me feliz, poesia amada!
Eduardo Eugênio Batista
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