DELÍRIOS DO AMANHÃ - Poesia Nº 41 do meu 5º livro "Resgate"
Dentro de mim, o escorrer lento
Em fluxo da demência do tempo.
No parto do vento transparente
Fui o rebento da morte vivente!
Da triste pele que suada de lamentos,
Nasci em nervos versos, já aflorados!
Surgem-me pingos em exclamações,
Destes episódios em desconstruções!
Em delírios do amanhã,
Toda morte não será vã!
Salvar toda a mente sã,
Em delírios do amanhã...,
Onde dentro de mim
Este infesto serafim,
Inquieta-se tanto assim.
E ele se vestiu de incrível ciência,
Na minha despedaçada aparência
Que em dúvidas, eu ainda mais ficava,
Sem saber em qual alma, se camuflava.
Costurei-me nele então, sem clemência!
Sentia-me correr misturas de sangues,
Desabrochava assim, o novo elemento!
Uma troca que em mim, por prova,
Destravava-se em voz de trovão!
Numa página de pele revirada,
Do falecimento da absolvição,
Sentia chegar ao meu corpo,
Uma maligna transformação!
As minhas costas se abriram em pavor,
Dos meus dedos longas unhas surgiam
E penas, dos meus poros, ali cresciam!
Numa metamorfose sofrida, sem ter dor,
Nasceram-me negras asas de um Condor!
Era agora, a gigante ave lúgubre em mutação!
Tinha eu, grandes olhos famintos de ingratidão,
Que derramaram com o sangue impuro de amor.
Dali em diante, seria um assassino em missão,
Voaria livre no meu dever, espalhando o horror!
E a qualquer ser que a maldade em si carregasse,
Eu, com meu poder, a praga que o exterminasse!
Os corpos que eu caçava, no chão se empilhavam.
Eram os ladrões cruéis que nunca se salvariam!
Ceifava em abastança os discípulos da ganância,
Levava a todos os que iludiam pela vil arrogância.
Pedófilos iam para os fossos, que antes cavavam!
O que a mim foi destinado, acabou nesta missão.
E após, entrei numa caverna, sem da luz ter visão.
De lá eu escutava as almas purgando em lamento,
Pedindo perdão, que um dia virá do firmamento!?
Junto à parede, minha carne diluía em tom negro.
Mas meus ossos ficarão armados na vigília eterna...
Pois a obrigação de meus sinistros restos mortais,
Será um ressuscitar por muitas vezes, da caverna!
As penas caídas aguardam o Condor revigorado...
E a novo chamado, nesta casa, esperarei ansioso.
As colheitas, abolirão do mundo, o ser criminoso.
Eu sou um mensageiro e, matarei os condenados!
Eduardo Eugênio Batista
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