Brasil, rumo ao precipício
Brasil, rumo ao precipício
Sobre os trilhos sujos desse Brasil
Percorro uma imensidão
Quilômetros de martírio inteiros
Norte, sul, leste e oeste
Está tudo deplorável
Meus pensamentos viajam
Tomam rumo à estações temporais
Vão de lado a outro nas cidades
Vejo desigualdades...
Inerte a minha volta
Da janela do trem
Com o gigante de metal em disparada
Retrocedendo à evolução humano-social
Refletindo a involução constitucional
Vou além das paisagens que posso enxergar
Sigo viagem por estados inteiros
Populações atoladas em suas lamas
As dificuldades tomam conta da situação
Corrupção!
Sinto o cheiro putrefacto da roubalheira
E em todo canto, pessoas vagueiam sem rumo e sem direção
Alienados e perturbados
Perdidos nessa nação...
Falta de segurança, fome, miseráveis escondidos
Maquiagem nos defeitos
Isso, só para gringo não poder ver
Barracos à beira da ferrovia
Derribados na miséria
Violência constante
Tiro, bala perdida, arrombando ainda mais a ferida...
Antros de drogas
Por todos os lados
Imundice, uma bodega só...
Todo dia nos deparamos com esse tumor da sociedade
Essa mazela que a cada dia adoece mais
Como em toda nossa pátria desamada desgraciosa
País refém de si mesmo
Algemado à mercê de fulanos e sicranos engravatados
Só esperando um milagre acontecer...
Um País, cujo sinônimo é carnaval e futebol
Estereótipo porco
Somos muitos mais que meros festivais ou esportes...
Somos uma nação de Brasileiros que jamais irão desistir
Somos a perseverança!
Brasil, muda sua cara!