NADA SEI
Nada sei,
E ando como se soubesse o caminho,
Como soubesse voltar.
Embora, seja já tarde as horas...
Nada sei,
E toda conjuntura que vejo, são homens presos,
Amarrados,
Amputado em si,
Dar-se o bom dia, recebe-se o bom dia!
E os filhos chegam, pai;
Aprendi poesia!
E o homem está lá.
Morto, no que mais lhe valia.
Nada sei,
E beiro as essências,
Há um cheiro maternal,
Nos nossos olhos,
E dissipado está a lógica!
Sem sentido,
E buscamos entender tudo,
Na alma,
Na bebida,
Nas estrelas,
Mas, nossa cama tem tantas ferrugens,
Tantas queixas, tantas sobras,
Que a concordância no verbo,
Não diz nada... nada sei!
Nada sei,
E como encontrar palavras que nos guie,
Sem nos expressar com verdade,
E nossa vida, carrega bem mas culpa!
Nada sei,
E como meus olhos dizem as coisas,
E minha voz cala, sempre nas prateleiras das coisas normais,
Não digo nada,
Nada sei,
E busco nas enciclopédias,
Busco nos dicionários,
E não entendo,
A palavra tem domínio próprio!
E a regra da ortografia, não condiz com à alma,
O poeta sofre, por que a grafia, não segue o sentimento,
Destino, pobre...
Vai trabalha o texto!
Bom mesmo era, trabalhar o poeta!
Nada sei,
Não tem tabacaria,
O café, não aprendi a fazer,
Não fumo,
E o jornal não chega na minha cidade,
Mas, estou eu,
O whisky acendendo, os versos,
Nietsche numa página,
Parece uma bíblia...
Como a verdade é repulsar!
Nada sei,
E doce são as coisas em Salgadinho,
Meu pai,
Minha mãe,
Minha família,
Amigos,
Toda gente,
Ver que coisa...
” doce são as coisas em SALGADINHO”
O poeta é o que mais bebe,
Nada sei,
..... Mas a ortografia no texto, nada fala do homem,
Nada sei,
Pessoa! Esse poeta e em linha torta mesmo!