O desaparecimento de tudo
Desaparecimento contínuo.
Tudo se esconde. Os becos das ruas,
As raízes das flores.
Coisa nebulosa: o silêncio da translação,
das gigantescas migrações de nuvens,
retirada em massa dos cílios.
Um sopro.
Um amor fraquinho é imenso.
Se o verso decide o mundo
desconfia-se que há um quilo de outro naquilo que é,
como um tomate, que é tomate e veneno.
Quando não havia nem mesmo o mar:
Andamos pelas terras chorando
por alguém que tivesse morrido alguma vez.
Perpétuo céu aberto: acabando.
A água na bilha: sumindo.
O quanto essas estrelas não viram!