ROTULO

Não vamos rotular as rotas

as portas, flechas e as diferenças...

Os jogos de dados

os choros das crenças,

os sonhos os sonhadores

as asas da vida a forma da penitencias

e as cascas das nossas feridas.

Porque rotular o que é seu...

se nunca sei de verdade,

o que um dia será meu!

Não vamos rotular os caminhos...

Os ninhos o alinhavos e os cravos

... Os pergaminhos as dividas, as divisas

as partidas e as tensas recompensas

O show que não vingou

os trames da canção de uma vida

os órgãos amputado d'aquele amor.

Não vamos rotular a fresta

a reta inserida no futuro

as restas de uma aresta o poço fundo

a ancora, ancorada no porto inseguro

a besta abestalhada os trilhos

vivos do nosso mundo.

Não vamos rotular o escuro

a noite densa os lírios e suas flores

o alvorecer cheio de luzes...

E os risos de seus amores

as dores de um jardim

e o manuseio em seus primores.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 06/09/2017
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