Na Pele do Outro

A tarde hoje caiu mais cedo

Sobre os mesmos velhos olhos

Cansados de espiar a vida por trás das cortinas

A tarde com seu amarelo viscoso e suave

E os olhos antigos respiram uma saudade nova

É desse eterno que vivem os amores cotidianos

A tarde invade a sala, inunda a alma dos olhos

Parece triste o entardecer, difícil de lidar com ela

E os olhos se fecham lentamente, mecanicamente

A saudade é um vício, uma roupa sem estilo algum

E tudo isso é nosso:

A tarde, os olhos, a saudade

Necessariamente nesta ordem, ao chegar da noite.

Milton Oliveira

06set/2017

milton antonios
Enviado por milton antonios em 06/09/2017
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