OLHANDO PARA TRÁS
A flor que eu tinha á mão murchou,
Olhei para trás e não te vi.
Quis chorar não tive lágrimas.
A noite veio e me abraçou com tristeza;
Pois quis dormir e os meus olhos
não se fechavam.
Olhei a flor, e esta estava seca;
seu espinho cortou-me a mão,
que chorou sangue por mim.
Olhei para trás, e não mais pude nada,
a não ser uma grande penumbra.
A luz estava apagada e eu sangrava
de amor com os pés descalços, nos
espinhos pontiagudos de meu caminho.
Luz (MG), 11 de outubro de 1987.