Nanotédios
Vivemos a era da tecnologia,
Da inteligência artificial...
Querendo links sem simpatia,
Curtidas como um ideal...
Uma grande revolução,
Comparando a um passado pouco distante...
Mundos físicos, digitais e biológicos em união,
A serviço do supérfluo, do vazio e do redundante...
Mudanças no comportamento social,
A falta da boa relação e do sorriso...
O uso de smartfone obrigatório e ritual,
Deixando o mundo frio e impreciso...
120 nanotédios por dia,
Nada é bom o suficiente...
Criando ansiedade e trazendo a falta de alegria,
Um envenenamento constante e consciente...
Desespero, síndromes e impaciência,
Trazidos pelo prazer da solidão...
O uso da modernidade e da ciência,
A serviço da tristeza e da decepção...
Tem dias que ninguém merece,
É muito comum se ler ou ouvir...
Mas as escolhas são nossas, e muitos se esquecem,
De sobre a própria vida refletir...
Investir na desconexão,
Lembrar que a tecnologia foi criada para sobrar tempo...
Para o convívio e as coisas do coração,
E entrar na própria vida como passatempo...
Geração de distraídos,
Vendo ou não o tempo passar...
Sem saber que o importante não é ser o mais curtido,
Mas sim, o mais interessante de se lembrar...
O fundamental seria a empatia,
O exercício da compaixão...
Ainda que no mundo virtual onde tudo é "falsa" alegria,
Saber dar e receber sentimentos como amizade, amor e compreensão...