RAINHA DAS CAUSAS
Eu não sabia que essa vida
que levo, fosse tão treteira assim
... Carrego-a por tanto tempo
confesso, eu até adoro ela mas,
ela com certeza, não me adora
tanto assim.
Por aqui, eu não esperava essa
eternidade tão falada
nem também nunca gostei d'essa
idéia de me ir, tão sedo.
Mas essa vida que carrego, até parece
que todavia, escondeu-me do seu
mais vil segredo... Ela nunca,
demonstrou-me que podia me levar
agora, nessas altura do tempo
ela mostra-me ao relento.
fazendo rascunho do meu fim,
sem fazer nem um juramento.
Em seu cacoete de vida, me diz...
Que vai abraçar, uma outra causa
que essa causa na qual, ela é eu
agora, não sou mais assim tão seu
e que meu tempo arde em brasa
e os frutos do tempo, não são meus.
A causa da paixão é fraca
mas, a do coração me leva
outra causa com o corpo
talvez do estomago ou arroto...
Do pulmão ou outro órgão qualquer,
já que não sou mais garoto.
Vida, vida, vida!
Disse-me ter tantas causas
que o fim pode me causar
e que ela mesmo escolherá uma
para ambas me buscar.
Porque não posso ser eterno
aqui respirando assim
já que o barro o qual fui feito
continuará por ai...
Oh vida!
Eu quero o controle das causas
para me casar com você
para que assim, as outras causas
nunca venham me querer.
Antonio Montes