NOITES PROMISCUAS.

A rua cheira

a esbórnia,

toda beleza do dia

se escondeu em

algum canto,

o que vês olhos meus

não são vaga-lumes,

são vagas vidas,

que se desgastam

no submundo,

as ruas á noite

cheiram a crimes

de todo cabedal,

a mulher fornica

para ganhar o pão,

e o homem para

livrar-se da solidão.

Quem está errado,

A mulher que tem

fome,

ou o homem que tem

dor?

Quem terás pecado?

A rua não tem culpa,

nem eu que a observo,

enquanto a noite

se vadia,

eu a olho da janela,

o cheiro promiscuo

me invade,

a madrugada me despe,

envolvo seu corpo de

negro encanto,

lhe aperto entre os dedos,

lhe rasgo e esmiúço

suas entranhas,

amanhã talvez entrará

nas páginas de um

livro,

e o mundo verás

o que passa nas noites

longas de BH.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 02/09/2017
Reeditado em 16/09/2017
Código do texto: T6102534
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