NOITES PROMISCUAS.
A rua cheira
a esbórnia,
toda beleza do dia
se escondeu em
algum canto,
o que vês olhos meus
não são vaga-lumes,
são vagas vidas,
que se desgastam
no submundo,
as ruas á noite
cheiram a crimes
de todo cabedal,
a mulher fornica
para ganhar o pão,
e o homem para
livrar-se da solidão.
Quem está errado,
A mulher que tem
fome,
ou o homem que tem
dor?
Quem terás pecado?
A rua não tem culpa,
nem eu que a observo,
enquanto a noite
se vadia,
eu a olho da janela,
o cheiro promiscuo
me invade,
a madrugada me despe,
envolvo seu corpo de
negro encanto,
lhe aperto entre os dedos,
lhe rasgo e esmiúço
suas entranhas,
amanhã talvez entrará
nas páginas de um
livro,
e o mundo verás
o que passa nas noites
longas de BH.