Agosto Abrasador
O nosso agosto chegou
Neste verão seco e quente,
A temp'ratura apertou
E a humidade ausente.
À tarde vem uma aragem
Que os ramos abanará
Embelezando a paisagem
E o calor suavizará.
Mas o Sol abrasador
Volta no dia seguinte,
As folhas perdem a cor
E as flores, o requinte.
As arves, que lindas eram,
De vários tons se apresentam,
Porque por si não puderam
Manter-se, o que lamentam.
E, se o vento redobra,
Nosso coração 'stremece,
Lembra o que o incendio cobra
Se uma fagulha aparece.
Nosso Senhor nos proteja
Desse fogo malfazejo,
Não sabemos quem maneja,
Mas castigo lhe desejo!
Lisboa - Portugal