Poema errante

Numa reunião de poemas
Reandar caminhos, trilhar pela via da ternura
Só não pode perder o rigor de uma invenção febril
Garimpando aqui e ali, que por vez arbitrária expõe o gosto da escolha

Estabelecendo um diálogo em tempos diversos
De coração para coração, de mente para o insano
Um diálogo mudo que se estabelece
De qualquer morte, para além da morte

Diálogo cravado na memória, posto num código na trama da vida
Quantos de nós cabem em nós mesmos?
O que cabe nas páginas, mesmo que errante, nômade ou exilado
No poema como vida e afiado nos uivos dissonantes