(DES)ENGANADO

(DES)ENGANADO

Dia após dia

Noite após noite

O polígono seca

No trapézio que vai e vem

No balançar sem rede

No circo dos horrores

Onde não há flores

Chuva, só de merda

Espalhando-se via planalto

Chegando a planície

Desaguando nas praias

Esgotando a céu aberto

O pouco de vida que resta

Que não presta

Que não recicla

Não reutiliza

Só reduz

A estada onde não se quer estar

Não há fuga

Não há caminho

Tudo morre num escaninho

Onde a serial pergunta é

Posso não lhe ajudar?

Onde dói?

Aqui?

Isso não é nada

É só inconsciência

Latente

Que bate na cabeça

De quem pensa viver

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/09/2017
Reeditado em 04/09/2017
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