Muitas e quantas
Quantas flores no meu jardim
de plástico, sem algodão!
Quantas cores surreais
de uma dor não tida.
Quantos olhares de vidro,
para não enxergarem a verde janela !
Quantos beijos virtuais,
re-alidades irreais.
Quantos destinos sem adeus,
comoção triste a prosseguir...
Quantos amores de elástico,
que conseguem conseguir.
Quantas mãos calejadas do ócio,
endurecidas nas luvas quentes do inverno!
Quantos por quês sem respostas,
presos no eterno vacilar...
Quantas árvores de plático,
"Terra" de brincar,
Quantas suaves melodias roucas
que gritam sem agitar.
Quantos mundos, quantas pessoas,
que esperam sempre no vão,
entre a resposta certa inatingível
e o erro apaixonado no chão.