Segredos
Segredos:
São palhas ao vento sem destino,
Que corta vales, céus, ruínas
deixando de ser menino.
Segredos:
São águas de mina transparentes.
Que descem com a corrente
formando o riacho.
Segredos:
São lâminas desembanhadas
Que cortam bocas caladas
desafiando o facho.
Segredos:
São riachos, que formam rios
Com gotas de desafio
zombando da sorte.
Segredos:
São canções sem ritmos
Orações dos aflitos
Vozes da morte.
Segredos:
São frutos proibidos
Devagar partidos
e divididos.
Segredos:
São balas de mil canhões
Que deixam traços, borrões
e roubam espaço.
Segredos:
São caminhos sinuosos
Que emudecem a voz.
Sem desfazer
o rastro.
Branca Tirollo