Às cegas

O que fazer quando não se enxerga?

Tateia-se às cegas

pela teia da ilusão

e vai se mirando,

atirando no escuro

para ver se se acerta

aquele coração?

Ou se fica mudo,

quieto num canto,

esperando uma porta aberta

ou um sino tocando?

O que fazer quando o outro

não acende a luz

e não se mostra?

O que fazer quando a crosta

é impenetrável

mas seduz, reluz

como ouro?

Caminho de cruz...

raro tesouro

no fim do arco-íris.

Na íris daqueles olhos

me demoro,

rio e choro

por todos os poros.

Viro rio e mar,

me deixo enfeitiçar,

me enredar pelas teias.

Sinto o sangue nas veias

pulsando, expulsando temores e dores.

Estou às cegas,

catando flores

nas estradas,

sem regras,

sem certezas.

Luzes apagadas...

Sensações acesas...

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 01/09/2017
Código do texto: T6101217
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