desordem n°2
isso tudo é uma grande invenção
maluca e fora de ordem
projetada com alguma graça
em suas envergaduras
é quase como se houvesse
alguma dignidade santa
nas extremidades do arquiteto
um halo de luz que confunde
que promete.
até aquelas máquinas
pesadas que circulavam
os pesares do povo
não eram também
mais que uma fantasia
simples, um intrincado jogo
de abrir portas
e deixar-se penetrar
pelo rubi
cravado em nossas
têmporas. o rasgo
do rasgo em forma
de estrela
que ilumina
nossos dentes
e nossas covas
simulando sorrisos
amarelos e melosos
com a ideia
de que sabemos
que no fundo
no fundo
de nós
é tudo uma
enorme maluquice.
uma desordem