ERAM APENAS PALAVRAS
 

 
Eram apenas palavras
Migrando
Entre estações,
Rascunhando distância
Pelo improvável pouso temerário –  
 
As expressões
No semblante do espanto!
 
Eram sem preço esse abuso de meios,
E esse emissário de afetos perfeitos –  
Asas tocando
O infinito em desuso
Sobre orgulhosas ilhotas partindo –  
 
Pontes sacodem suicidas felizes
Entre a manhã
E o crepúsculo em rogos.
 
Eram sentenças
Que o outono cumpria
Fosse qual fosse o hemisfério da dor.
 
Céu no papel
Perde a cor mas encerra
Mundos
Na estrita canção que não pausa,
Pousa,  
Imprevisto, fortuito milagre.

 
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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 31/08/2017
Reeditado em 09/09/2017
Código do texto: T6100236
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