O DIAMANTE É UM CARVÃO

Cissa de Oliveira

Para a minha filha Amanda

“... às vezes eu me sinto como a água

de um copo que tombou....”

Amanda Moreira

Não se prende à fonte

a alma da água.

Antes, espalha-se.

Na pele da serrania esmeralda,

na silenciosa distensão

dos músculos das árvores,

na umidade ônix do teu olhar

e no tufão de areia quando se lança

nas horas infantis do ar.

Quando um carvão espalha

- à exaustão - a liquidez da água,

vira diamante.

Maior valia tem o alvoroço maleável

da praia onde se derramam

as ondas alegres.

Os teus cabelos.

Cissa de Oliveira
Enviado por Cissa de Oliveira em 16/08/2007
Reeditado em 01/04/2008
Código do texto: T610017