O DIAMANTE É UM CARVÃO
Cissa de Oliveira
Para a minha filha Amanda
“... às vezes eu me sinto como a água
de um copo que tombou....”
Amanda Moreira
Não se prende à fonte
a alma da água.
Antes, espalha-se.
Na pele da serrania esmeralda,
na silenciosa distensão
dos músculos das árvores,
na umidade ônix do teu olhar
e no tufão de areia quando se lança
nas horas infantis do ar.
Quando um carvão espalha
- à exaustão - a liquidez da água,
vira diamante.
Maior valia tem o alvoroço maleável
da praia onde se derramam
as ondas alegres.
Os teus cabelos.