Do Abismo Ao Amor, Sem Dor

Odeio achismos,

prefiro abismos.

Prefiro cair e me quebrar,

a me deixar levar.

Gosto de mergulhar fundo,

quero conhecer o mundo,

navegar,

voar.

Não gosto de viver em bando,

por isso sozinha eu ando.

E eu sei que quando eu cair,

não vou ter ninguém para me levantar, mas vou sorrir.

E sorrindo, eu andarei,

cairei, navegarei e voarei.

Deixarei de somente existir,

passarei a viver, a me permitir.

E quem sabe um dia nessas minhas andanças,

me permita também entrar na dança.

Me permita me envolver,

e quem sabe uma companhia ter.

Mas antes disso eu preciso

por mim mesma me completar,

para não deixar buracos vagos

por onde eu possa escapar.

Eu quero que me transbordem,

que me permitam ser,

um cacto espinhoso,

ou uma flor a florescer.

Quero ser livre,

presa apenas nos teus abraços.

Quero me sentir parte sua,

mas não quero que me imponha laços.

Quero ser menina, menino,

senhora, senhor.

Quero ser o que quiser,

não tente nada me impor.

Hoje não sou nada,

nada além de tristezas.

Sou melancolia, angústias,

e incertezas .

Sou um poço de ódio

e rancor.

Mas escalarei o abismo para que eu possa caminhar,

navegar, voar, dançar, te encontrar,

e ser amor.

Jéssica Batista
Enviado por Jéssica Batista em 31/08/2017
Reeditado em 23/12/2019
Código do texto: T6099994
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