Arcanjo
A mente infante,
que carente do porvir e eufórica por nunca ser,
gera metamorfoses velozes
(bicho gente; gente bicho – bichente),
entre as dunas de seu deserto.
Uma mente líquida,
que escoa brincando nas formas do que conhece,
segue... (anseia; deseja - não espera),
forma lagos de livres andorinhas escamadas,
pois no céu há serpentes aladas.
A mente constante,
que percebe-se solitária entre o ontem e o amanhã
(noite clara; dia escuro– notia),
clama por um novo logo ali,
por trás de outros tantos milhares de grãos de areia.
Uma mente sã,
que rompe com o cárcere,
(constrói; destrói - é quase Deus),
transcende a ilusão de relicários,
sob perene lucidez para não limitar-se a razão.
A velha mente infante,
que se aventura no vazio existente
(vida morta; morta vida – então, vidorta),
aproxima-se do nada ocupado pelo todo,
contra o peso do existir - circular-se de liberdade.
SiqueiraSilva
30/08/2017